quinta-feira, julho 07, 2005

Correcção Necessária

Lamento ter que discordar de forma tão directa e radical com um dos meus colegas de blog, no entanto julgo ser esta discordância a chama de pluralidade que rege este espaço blogoesférico.
Em post recente, Carlos Barrocas refere a alegada falta de comunicação entre o actual Ministro das Finanças e o actual Primeiro Ministro. Quanto a este ponto tenho dois comentários:
1- Parece-me evidente que essa tal falta de comunicação não existe, de todo. Compreendo que nem toda a gente esteja familiarizada com as questões económicas, que agora invadem a opinião pública e publicada no nosso país, todavia a subida dos salários de forma "parcimoniosa" não é mais do que aquilo que o Dr. Luís Campos e Cunha tinha já referido de forma clara na discussão e aprovação do PEC, isto é, uma subida abaixo do nível esperado para a inflação mas, de qualquer modo, ainda assim superior a 0 (zero), como tinha feito o anterior Governo de direita. Referiu então o Sr. Ministro que essa subida seria de 2%, valor este ainda sujeito a discussão em sede de Concertação Social.
2- É também referido nesse post que o Dr. Campos e Cunha não tem no seu código genético aquilo a que poeticamente se chama "veia parlamentar". Esta afirmação sugere-me as seguintes questões: É preferível ter um Ministro das Finanças com "veia parlamentar" ou que seja tecnicamente competente? Para que serve a retórica parlamentar quando a competência técnica é mais pequena do que um grão de arroz? (qualquer semelhança com os últimos dois Governos não é coincidência). Finalmente, depois de uma longa travessia do deserto de três anos, temos um Ministro das Finanças tecnicamente competente e que aplica a Portugal a mesma receita, para sair da crise, que foi aplicada na maioria dos países nórdicos, que tanto são elogiados na nossa terrinha. Curiosamente e a título exemplificativo, quem acusa esta estratégia de combate ao défice orçamental são as mesmas pessoas que titularizaram dívidas fiscais em 2004 que se repercutem em 2005, no valor de 470 milhões de euros a menos de receita (medida levada a cabo por esse mito gigantesco de competência que é a Dra. Manuela Ferreira Leite).

João Teago Figueiredo