sábado, setembro 17, 2005

Ó tempo, volta para trás...

O nosso tempo, com todas as tretas e mariquices que lhe estão associadas, por vezes torna-se deveras enfadonho. As pessoas hoje em dia já não têm noção do emocionante, do divertido, do justo. Por exemplo, se o célebre debate televisivo entre Carmona Rodrigues e Carrilho (perdi, lamentavelmente... alguém gravou?) ocorresse no início do século XX, hoje teriam ido bater à porta do actual presidente da Câmara de Lisboa António Guterres e Eduardo Prado Coelho - padrinhos do caluniado, Carrilho - para acertar os detalhes do duelo à pistola que deveria decorrer no Chiado (em frente à Brasileira, para ser chic), por volta das 16 horas da tarde de Domingo, banhada pelo ameno sol lisboeta. Amanhã à tarde, após alguns tirinhos, e com sangue rosa ou laranja a chegar já à FNAC, a coisa estaria resolvida e, com alguma sorte, uns bons milhares de portugueses voltavam a sonhar abertamente com Bárbara. A coisa enchia as manchetes dos tabóides e das revistas cor-de-rosa nos próximos tempos e todos ficavam felizes.
Definitivamente, o nosso tempo é uma seca.
João Campos