sexta-feira, agosto 12, 2005

O senhor B

Não tinha vícios. Nem desejos, nem esperanças, nem ambições. Nem hábitos sequer. Preferiu rosas à Pátria, e antes magnólias amou que a glória ou a virtude. Procurou viver a sua própria vida, isolando-se dos outros, renunciando às paixões e aos prazeres violentos para mais facilmente evitar sensações dolorosas. Toda a vida se manteve indiferente às circunstâncias, liberto de todos os sentimentos agrilhoantes (quase perturbações), num esforço lúcido e disciplinado para obter uma calma qualquer.
Foi livre. Extraordinariamente livre. Livre de mais para valer a pena.

Susana