Are you talkin' to me? (III)
O debate prossegue:
(...)"Já sofri na pele essa montanha-russa que é a vida dos professores. Devido à minha mãe, larguei a fardinha, o coleginho no centro de Lisboa e mudei-me para Figueira de Castelo Rodrigo (ao pé da fronteira de Vila Formoso) onde me deparei, aos 10 anos, com uma realidade bem diferente da que eu conhecia, desde colegas de 13 anos casadas e gravidas a amigos de 18 anos violados e abandonados pelos pais. No ano seguinte fiz novamente as malas e fui para Manteigas (Serra da Estrela); felizmente estou de volta às minhas coisas, à minha casa e à minha realidade. Custa mudar todos os nossos hábitos de repente, custa ver a nossa mãe a sofrer todos os dias e a rezar para que seja mais uma vez colocada (...)"
"Teresinha" (em http://naumhacoincidencias.blogspot.com)
Pois é, Teresa. Infelizmente temos uma classe profissional a viver essa "montanha russa", como tão bem defines, e a "arrastar" as famílias atrás, ou a mantê-las separadas fisicamente. Ao longo de seis anos de ensino no segundo e no terceiro ciclo o que mais conheci foram casos desses: até ao décimo ano, posso contar pelos dedos de uma mão (tendo a certeza de que sobram) os professores naturais só que fosse do meu distrito (Beja - que já de si é imenso).
João Campos
(...)"Já sofri na pele essa montanha-russa que é a vida dos professores. Devido à minha mãe, larguei a fardinha, o coleginho no centro de Lisboa e mudei-me para Figueira de Castelo Rodrigo (ao pé da fronteira de Vila Formoso) onde me deparei, aos 10 anos, com uma realidade bem diferente da que eu conhecia, desde colegas de 13 anos casadas e gravidas a amigos de 18 anos violados e abandonados pelos pais. No ano seguinte fiz novamente as malas e fui para Manteigas (Serra da Estrela); felizmente estou de volta às minhas coisas, à minha casa e à minha realidade. Custa mudar todos os nossos hábitos de repente, custa ver a nossa mãe a sofrer todos os dias e a rezar para que seja mais uma vez colocada (...)"
"Teresinha" (em http://naumhacoincidencias.blogspot.com)
Pois é, Teresa. Infelizmente temos uma classe profissional a viver essa "montanha russa", como tão bem defines, e a "arrastar" as famílias atrás, ou a mantê-las separadas fisicamente. Ao longo de seis anos de ensino no segundo e no terceiro ciclo o que mais conheci foram casos desses: até ao décimo ano, posso contar pelos dedos de uma mão (tendo a certeza de que sobram) os professores naturais só que fosse do meu distrito (Beja - que já de si é imenso).
João Campos
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