"Com as secretárias de Santana Lopes é que não ia ficar"
... diz José Sócrates aos jornalistas, no final do debate mensal na Assembleia, a propósito da polémica nomeação de secretárias para o seu gabinete.
Não percebo porquê. Lá na aldeia, que me recorde, conheci dois presidentes de junta - o primeiro pela CDU, o segundo pelo PS (o que não importa ao caso), e em vinte anos de memória, foram apenas eles que mudaram. Todo o restante staff - secretárias (uma das quais é esposa do presidente da CDU), tesoureiro, motorista, empregadas de limpeza - se manteve ao longo destes anos todos.
Claro que recursos limitados obrigam a gestões imaginativas e, acima de tudo, contidas. Ou deviam obrigar.
No entanto, o que esta saída de Sócrates revela é o seu lado obscuramente genial. Assim, do nada, acaba de resolver o berbicacho da sua imbecil promessa eleitoral. É que, de uma penada, já só falta arranjar 149983 empregos. Pronto. Ele apenas prometeu arranjar 150000 novos empregos. Os equivalentes 150000 despedimentos serão uma mera casualidade. É como as obras camarárias a ficarem prontas pelo Natal: desde que não se diga qual é o Natal, a promessa não será quebrada...
João Campos
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