Há vida para além do défice
2006 será mais um ano sem silly season política - agora que Sócrates decidiu que, no que à trapalhada governativa concerne, não quer ficar atrás de Santana Lopes. Para o jornalismo é bom: acabam-se os dois meses a encher chouriços e trabalha-se à séria. Para o país, será um osso duro de roer. Num estado onde a silly season assume significado literal, o cidadão vive massacrado por impostos, por um ordenado que mal permite ir as duas semaninhas da praxe fritar até ao superpopulado Algarve. O povo anda deprimido, triste - e quando o mercúrio chega aos 40º, ainda mais enfadonho do que é costume.
A solução, a meu ver, é simples. Legalizem-se as drogas leves, mas em larga escala - a cada lar, o seu alegret de cannabis. Em cada bar e café, um calhauzito para venda. E ervinha diversificada nos mosqueteiros e quejandos, entre as alfaces e a fruta da época. Aos domingos, excepcionalmente, permita-se uma risquinha de coca - coisa regulamentada, três centímetros e não mais. O défice não iria baixar. A vida dos portugueses não iria melhorar. O seu sorriso é que seria outro.
João Campos
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