Coisas que só a mim apoquentam*
Pergunto-me o que terão dito a Fernando Pessoa após a sua morte, no Purgatório. Tê-lo-ão reprimido pelo ateísmo genuíno de Caeiro («Não acredito em Deus porque nunca o vi./ Se ele quisesse que eu acreditasse nele,/ Sem dúvida que viria falar comigo»)? Ou pelo paganismo resignado de Ricardo («Só esta liberdade nos concedem/ Os deuses: submeter-nos/ Ao seu domínio por vontade própria»)? Ou ainda pelos devaneios, nada católicos, de Álvaro de Campos («Ah, ser tudo nos crimes! Ser todos os elementos componentes/ Dos assaltos aos barcos e das chacinas e das violações!»)?
Tê-lo-ão, porventura, felicitado pelo magnífico verso («Deus quer, o homem sonha, a obra nasce»)? Por ter reconhecido em Deus o criador do Quinto Império («Deu-me Deus o seu gládio, por que eu faça/ A sua santa guerra»)?
Hum...
Susana
* O título não é meu.
Tê-lo-ão, porventura, felicitado pelo magnífico verso («Deus quer, o homem sonha, a obra nasce»)? Por ter reconhecido em Deus o criador do Quinto Império («Deu-me Deus o seu gládio, por que eu faça/ A sua santa guerra»)?
Hum...
Susana
* O título não é meu.
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