terça-feira, fevereiro 22, 2005

Laranja

No passado domingo fui votar pela primeira vez. Talvez seja o meu espírito romântico a emergir, ou a minha veia pseudo-literária, mas julgava que a coisa tinha algo de especial (primeira vez, afinal de contas). Deuses, como sou ingénuo!
Positivo: surpreendi-me com a quantidade de partidos que havia no boletim de votos. Não sabia que havia assim tantos!
Negativo: Ao olhar para os cinco principais partidos, desiludo-me. Gostava de poder olhar para um partido - fosse qual fosse - e pensar "vou votar nestes gajos porque o programa deles é bom, e porque o candidato é um tipo sério, que eu creio ser capaz de efectuar algumas reformas necessárias e de não ceder aos lobbies instituídos". Mas não. O que poderia fazer seria escolher, de entre as opções possíveis, não uma opção boa, mas aquela que seria menos má.
E nem isso eu fiz. O meu voto (apesar das inconscientes tendências de esquerda que me andam a assaltar) foi no sentido de impedir uma maioria absoluta rosa. Ainda equacionei o voto branco, mas esse seria inútil, como aliás se veio a verificar. Aqueles que votaram em branco para fazer um protesto geral desiludiram-se - na comunicação social, falou-se, e fala-se ainda, da redução da taxa de abstenção. Mas não se fala da percentagem de votos brancos. É como se fosse insignificante e irrelevante.
Não serviu de nada, o meu voto. O PS tem a maioria absoluta, o Bloco cresceu exponencialmente. A esquerda criou um novo "mapa-cor-de-rosa". Não tenho memória concreta daquilo que foram os seis anos de guterrismo - apenas uma opinião formada pela sua fase final, e por outras opiniões (o que será sempre tendencioso). Mas as expectativas, ainda assim, não são boas.
João Campos

2 Comments:

Blogger Agnelo Figueiredo said...

É claro que o seu voto serviu - todos servem ainda que não elejam ninguém.
Quanto à liderança do PSD, Marques Mendes foi um bom parlamentar e um muito bom ministro dos asuntos parlamentares. É um "político". É um homem frontal e leal. Poderá ser "o" líder que o partido precisa nesta fase complicada. Luis Filipe Menezes não me agrada tanto. É muito emotivo e nem sempre foi leal. Além da guerra que mantém com Rui Rio...

7:46 da tarde  
Blogger Teresinha said...

Sabes que mais?! aconteceu-me exactamente o mesmo... :p

12:56 da manhã  

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