terça-feira, maio 17, 2005

Guerra ao défice

Afinal parece que o défice, a grande obsessão primeiro de Manuela Ferreira Leite, e depois de Bagão Félix, começou também a fazer parte do vocabulário dos socialistas que presentemente ocupam o poleiro lusitano. Já a promessa de SCUTs sem portagens parece a Sócrates um passo maior que as pernas (uma palavra maior que a língua), facto que, muito sinceramente, aguardo com expectativa.
De qualquer maneira, e porque, como bom português (ir)responsável, o défice e as nossas contas públicas me preocupam, aqui ficam as minhas propostas para conseguirmos receitas extraordinárias de forma simples, legal, e, até, bastante útil:
i) Trocar a frota de Mercedes, BMWs Audis do Governo por Renaults 5 de cores variadas, conforme a pasta do ministro (piada baixa: o de Sócrates seria cor-de-rosa...). Aos acessores seria dada uma Zundapp com o respectivo capacete-formato-penico. Quanto ao Presidente da República, poderia optar por um Carocha dos antigos. Motoristas seriam dispensados; a segurança, feita por mancebos de infantaria (todos envergando os novos coletes reflectores). Aos deputados da Assembleia seriam dados módulos Carris para os autocarros 6, 49 e 100, que passam mesmo em S. Bento;
ii) Nas célebres Farpas, Eça e Ramalho sugeriam, da forma mordaz que os caracterizava, a venda das colónias. Pois é, soubessem os portugueses no que ia dar e Angola, Moçambique, Cabo Verde e Guiné tinham sido vendidas antes da Primeira Guerra Mundial. Como assim não aconteceu, o décimo-sétimo Governo poderia vender a Madeira, Lloret de Mar e Salou (nas férias de Páscoa são território português), alguns bairros suburbanos da capital e toda a zona do Martim Moniz à Praça do Chile. Lisboa ficaria mais segura e os cofres de Estado, mais recheados;
iii) Dissolver o exército português (excepto os mancebos da guarda dos Chefes de Estado), e vender todo o seu material de guerra a alguma nação africana com ganas de fazer um pequeno genocídio numa nação vizinha. À Inglaterra iríamos buscar um novo Beresford, assim como soldados britânicos para guardarem a ocidental praia lusitana. Como pagamento aos britânicos, ofereceríamos o Algarve;
iv) Com a ilha de S. Jorge já alugada aos americanos (Lages), as restantes ilhas seriam alugadas a outras nações que nelas quisessem possuir uma base militar. Assim, a Terceira seria alugada à China, S. Miguel à Rússia, Corvo ao Reino Unido, Faial à França, Flores à Alemanha, Santa Maria à Índia, e o Pico à Arábia Saudita. Os restantes ilhéus seriam leiloados.
Mais soluções inteligentes podem ser deixadas na caixa de comentários.
João Campos

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Proponho, ainda aos senhores deputados, uma reforma nos subsídios das refeições: passem a levar o farnel de casa e façam um piquenique de fronte ao palácio oferecendo utilidade aos senhores que seguram espingardas o dia todo em frente às portas e estreitando relações entre dirigentes partidários uma vez que o ambiente seriam propício a amenas cavaqueiras.
Sugiro também a venda de Durão - mtas pessoas pagavam bem para o açoitar neste momento.

11:53 da manhã  
Blogger João Campos said...

Anonymous: acho a questão do farnel trazido de casa exagerada. É que, como se sabe, as senhoras esposas dos deputados são muito ocupadas, sem tempo para preparar para os seus esposos uma refeição digna. Mas uma barraca de bifanas, cachorros e farturas, assim como um daqueles quiosquezitos como há nas estações de metro, que aviam uma loira e a inevitável bica, à porta de São Bento, seria de louvar, não acha? Quanto à venda de Durão, tecnicamente nós já o exportámos. Os nossos manos europeus agora dão cabo dele. Assim como os refugiados comerão vivo o Guterres. Agora leiloar Santana, isso sim, seria de considerar, não?

:)

7:19 da tarde  

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