segunda-feira, agosto 15, 2005

"Chic a valer!"

Hoje foi o terceiro dia de festarola tradicional cá na aldeia.
Talvez para demonstrar que afinal as pessoas cá deste cantinho do inferno não são retrógadas, decidiu-se que a terceira noite, ao invés de ter o tradicional bailarico com acordeonistas a berrar covers de Quim Barreiros e o inevitável Apita o Comboio, seria consagrada "à malta nova". Que se faz? Convidam-se meia dúzia de bandas de garagem dos arredores que tocam aquela música, sabem, "de que a malta nova gosta".
Acabaram por apenas vir três - não me recordo dos nomes, nem tenho nenhum programa das festas aqui à mão. Público reduzido que nem deu para começar a encher o diminuto recinto. Tocou a primeira - guitarrada de desafinação. Tocou a segunda - idem, mas com um tudo-nada de mais qualidade. Começou a soar algum calão por entre os acordes do baixo e as batidas da bateria. Tocou a terceira... e foi um show de urros, calão e guitarrada a ecoar pela aldeia. Cada duas palavras perceptíveis por entre os berros desalmados dos vocalistas correspondiam a três caralhadas valentes. Resultado: uma das senhoras da organização sobe ao palco e dá ordem de encerramento ao show. A banda, sorridente, decide prosseguir. Como retaliação, o som foi cortado. A banda e metade do escasso público protestou. A outra metade riu-se, entre dois goles de cerveja morta. A organização, por via das dúvidas, e porque nem aspecto nem ou semblante dos "músicos" não inspirava confiança, chamou a G.N.R.. Just in case.
Ou seja: a organização da festarola, baseando-se num estereótipo ultrapassado, convidou bandas de garagem sem conhecer as suas músicas - apenas por achar que era daquilo que a "malta nova" gosta - e correram com uma dessas bandas por não ser de bom-tom. Não fosse o hilariante da situação - apesar de considerar a banda uma treta, mas não sou crítico de música - teria sentido - e eu teria sentido vergonha das pessoas da minha terra.
Enfim. Ao menos já há material suficiente para a fofoquice costumeira até aos finais do Estio.
João Campos

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Caro Johnny,

a falta de comunicação resumia-se, não a um problema técnico, mas, a um problema do técnico, que arranjou o computador pela última vez e me pôs a conta a descontar noutro operador. Vou despedir o técnico e contratar o José Mourinho, que ganha sempre e é liiiiiindo komós amores ( nãsfazendo ... ) Quanto ao seu texto, pois que bibó puobo e o resto é cumbersa.
Teacher ( antes de dedicar a tarde do feriado à recriação do blogue, porque já não sabe onde escreveu a palavra-passe ). Eles obrigam-me a considerar-me 'anónima', mas sou eu.

4:36 da tarde  

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