segunda-feira, novembro 07, 2005

A nossa quota de música portuguesa*:

Geme o restolho, triste e solitário
A embalar a noite escura e fria
E a perder-se no olhar da ventania
Que canta ao tom do velho campanário

Geme o restolho, preso de saudade
Esquecido, enlouquecido, dominado
Escondido entre as sombras do montado
Sem forças e sem cor e sem vontade

Geme o restolho a transpirar de chuva
Nos campos que a ceifeira mutilou
Dormindo em velhos sonhos que sonhou
Na alma a mágoa enorme, intensa, aguda

Mas é preciso morrer e nascer de novo
Semear no pó e voltar a colher
Há que ser trigo, depois ser restolho
E preciso penar p'ra aprender a viver
E a vida não é existir sem mais nada
A vida não é dia sim, dia não
É feita em cada entrega alucinada
P'ra receber daquilo que aumenta o coração


(Restolho, Mafalda Veiga)

João Campos

*ou "porque eu não ouço apenas metal e Blasted Mechanism."

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não era preciso esta demonstração, de que consegues ouvir algo mais.. mas fiquei sensibilizada.lol De qualquer modo continuas a ser, eternamente, associado ao metal. Talvez por seres incapaz de ouvires música "pimba" sem ficares incomodado. ***

4:47 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Salut!
Bom, não sei se estou chocada ou simplesmente espantada e acho que percebes bem porque...mas acho que mudares um pouquito de registo musical só te fica bem!!!
Força nisso!!!
**Mitsu**

10:24 da tarde  

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