terça-feira, novembro 08, 2005

out of curiosity*:

constatei há dias, no meio de uma aula, que a banda desenhada e o mundo dos brinquedos podem ser - de acordo com os padrões moralistas que por vezes parecem querer ressurgir - potencialmente perigosos para os petizes. Se não, repare-se: no universo Disney, todas as famílias são atípicas. Não há pais ou mães, apenas tios (tias) e sobrinhas. Patinhas é tio do Donald, que por sua vez é sobrinho dos três patitos com nomes em diminutivo. Da mesma forma, Margarida é tia de três patitas, e Mickey (que mantém com Minnie a única relação aparentemente "normal" deste mundo) é tio de, se bem me lembro, dois ratitos.
Já a Avó Donalda é tratada por "vóvó" igualmente por Donald e pelos seus sobrinhos. O que me leva a concluir que ela é tia de Patinhas, mãe da mãe ou do pai de Donald e avó de um dos pais dos três patitos. Então porque nunca fala dos filhos?
A coisa piora: se também Margarida se refere a Patinhas como "tio", isso quer dizer que ela e Donald são, à partida, irmãos. Ou seja, temos incesto. Como podem então os sobrinhos de ambos (que também parecem ter alguma relação entre si) crescer saudáveis e sem traumas, com os pais - que são irmãos - a manterem uma relação amorosa (já de si instável)? Não basta terem famílias completamente desmembradas?
O mesmo no mundo dos brinquedos. A loura Barbie não tem filhos (deve ser por causa da linha), mas tem uma sobrinha. Da mãe da miúda, que eu saiba, não há notícias. Vive com a tia. Ora a Barbie fartou-se do Ken e divorciou-se. Rumores há de que o ex-namorado da loura é homossexual. O interessante é que no mundo Barbie não há mais personagens masculinas (que eu conheça). Ou seja: mesmo que o Ken quisesse ser gay, não tinha com quem sê-lo; quanto muito, poderá ser bicha. E Barbie, na ausência de Ken, com quem anda? O Action Man e o G.I. Joe andam sempre em guerras, e não me cheira que a loura, com aquele corpito, seja rapariga de ficar em casa, de luto, à espera do amado. Restam as suas amigas.... e eis mais um bom exemplo a dar à sobrinha (já que é senso comum que as lésbicas são, regra geral, bastante bem feitinhas). E agora, não se fala nos perigos da adopção de crianças por casais homossexuais? Quando irá a assistente social retirar a pequena dos cuidados da tia lésbica?
Pais e mães de todo o mundo: pensem bem nos que andam os vossos filhos a ler, ou com que bonecos andam eles a brincar. O melhor é tirarem-lhes as bandas desenhadas das mãos e darem-lhes qualquer coisa mais instrutiva. E comprarem brinquedos mais educativos. Nos dias de hoje, já não se pode confiar em coisa nenhuma.
João Campos
*ou "porque há vida para além de Paris"

1 Comments:

Blogger João Campos said...

Bom, o Obélix será sempre apaixonado pela jovem Falbala...já quanto ao Astérix, a coisa é suspeita. Não conheço bem Tintin... mas aquela franja do jornalista, a juntar ao caniche, é realmente suspeita... :)

12:12 da manhã  

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