Há vida para além do Secundário?
Dois anos volvidos, creio poder afirmar que o curso de Jornalismo na ESCS é precisamente aquilo que esperava. Um curso com teoria de suporte para um currículo essencialmente prático. Apesar de nestes dois anos a teoria superar a prática, mas isso são detalhes. Mantenho a opinião que me fez optar pelo Politécnico em detrimento da Nova: o jornalismo enquanto profissão aprende-se na prática. A teoria apenas suporta. Não ensina o jornalismo; ensina teorias de comunicação e jornalismo, úteis para a nossa cultura geral e concreta, mas algo dispensáveis para se ser um bom jornalista.
A questão é que o Jornalismo é uma profissão muito menos criativa do que imaginava. Ao mesmo tempo que descobri o Jornalismo descobri a paixão pela escrita ficcional, o que me, ainda de modo amador, me transporta para outros mundos que o curso de Jornalismo jamais me pode oferecer. Ser jornalista implicará submeter a minha escrita aos parâmetros de redacção noticiosa, contagem de caracteres, critérios editoriais... certo, acusem-me de ingenuidade há três anos atrás.
Tenho perfeita noção de que me iria sentir mais realizado num curso vocacionado para o ensino, sobretudo ao nível do Secundário. Com o panorama actual, no entanto, mais valia eu ter acabado o 12º ano e ter-me inscrito no centro de emprego cá da região. Optei pelo Jornalismo porque me pareceu uma opção que na altura tinha tudo a ver comigo; ainda tem, mas há mais. Tenciono acabar o monstro. Não posso é garantir o que farei depois. Mas posso garantir (para desilusão da minha aldeia inteira) que não vou ser apresentador de telejornal. Sorry, folks. It's my dream, not yours.
João Campos
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