domingo, dezembro 18, 2005

Cartas ao Pai Natal III

Pai Natal,
Quando voares nos céus da minha Pátria,
Quando aterrares as renas nas planícies do meu País
Lembra-te desta carta, pedido singelo,
De um homem que só para a Pátria pede.
Para si... Nada quis.
Se o nevoeiro que levou D. Sebastião
Te fizer perder o rumo e baralhar o norte,
Segue o cheiro a verde pinho,
Ouve a minha trova no vento que passa
E chegarás às chaminés do meu país.
Pátria desafortunada. Sem euros. Má sorte.
Numa das chaminés de Lisboa,
Sentirás o odor e verás o fumo negro da traição.
Que o teu trenó sobre ela paire,
Que sobre a chaminé de Soares a tua rena páre
E solte bosta. Um imponente cagalhão.

Assinado: Manuel Alegre