domingo, dezembro 18, 2005

O meu candidato

Do que eu gostava era de um candidato de direita. Da direita moderna. Liberal. Que não tenha problemas em assumir-se, sabendo que a Direita já nada tem que ver com o fascismo. É tempo de aniquilarmos esse estereótipo, não?

Cavaco Silva será, quanto muito, social democrata - ou seja, não de direita, mas menos de esquerda. Mas estas discussões nas presidenciais são tão conclusivas quanto debater o sexo dos anjos. O Presidente da República não é Governo. Não tem de aprovar a OTA ou o TGV. Não tem de liberalizar o mercado, promover privatizações ou nacionalizações, convocar referendos sobre o aborto ou sobre o casamento homossexual. Cavaco Silva é um vazio, dizes tu, Alexandre. Pois é. E o que é Mário Soares? Ou Manuel Alegre? Ou Louçã? Ou Jerónimo? Vazios. Soares tinha idade e experiência para ter juízo, e não se radicalizar tanto - qualquer dia, anda a disputar a liderança do Bloco com o Anacleto. Alegre está na sua personnal vendetta - o que é uma pena, um desperdício; Louçã anda na sua cruzada demagógica; e Jerónimo, esse, anda a fazer o que tem feito muito bem: renovar a imagem do PC.

Pessoalmente, não tenho candidato em quem votar. Sei apenas o que não quero: Soares, Jerónimo ou Louçã na Presidência. Este país já está cansado - e se não está, devia - dos desmandos da Esquerda que temos. Mal por mal, venha Alegre. Ou Cavaco. Como nas últimas legislativas, o meu voto não vai ser no meu candidato preferido, mas noutro que impeça os meus "abomináveis" de lá chegarem.

João Campos