terça-feira, outubro 31, 2006

As publicidades de casa de banho andam a ficar melhores

Isto porque dentro de uma moldura metálica estratégicamente colocada por cima de um urinol de um cafézinho ali para os lados da FCSH pode-se ler a seguinte citação:

Definição de embriaguês de Dean Martin: Se você consegue ficar deitado no chão sem se agarrar, não está bêbedo.

João Campos
João, claro que o autoplágio (eis um neologismo possível graças à nossa cara amiga de nome que é marca registada) é menos grave do que o plágio tradicional - ou seja, do que copiar outros autores. Para começar, dá menos trabalho. E, claro, gera também menos chatices com as leis do copyright: enquanto que os autores, ou detentores dos direitos de autor dos livros que, alegadamente, Miguel Sousa Tavares plagiou, poderiam eventualmente colocar o caso em tribunal (não creio, Portugal não dá assim tanto nas vistas lá fora) , não estou em crer que Margarida Rebelo Pinto, depois de se autoplagiar, se autoprocesse.

O que é uma pena, pois, convenhamos, a coisa teria uma certa graça.

João Campos

sexta-feira, outubro 27, 2006

copyright = copie bem

O Miguel Sousa Tavares plagiou outro autor quando escreveu Equador? Peçam um parecer à Margarida Rebelo Pinto. Lá dessa ciência percebe ela.
João Campos

segunda-feira, outubro 23, 2006

Traduções (II)

No entanto, e porque não faz só maus trabalhos (as edições de bolso é que são, enfim, um atentado terrorista à língua portuguesa), a Europa-América já anunciou a publicação de The Children of Húrin, a obra póstuma de Tolkien, nunca concluída pelo autor e terminada, por fim, pelo seu filho Christopher. Está tudo aqui. Considerando o excelente trabalho que a editora fez com as restants obras de Tolkien (ao nível do rigor da escrita, dos anexos, das encadernações e ilustrações), não se espera menos do que uma excelente publicação.

Isto sem ironia. A obra de Tolkien foi muito bem tratada pela Europa-América. Ainda não encontrei por cá nenhuma edição inglesa ou americana tão boa.

João Campos

Traduções

Eu já devia saber que, em boa parte dos casos, é má política ler livros de ficção científica e fantasia traduzidos para a língua portuguesa. Mas enfim, o dinheiro não abunda, e por isso lá pedi emprestados Eragon e Eldest. Grande enredo, péssima tradução: frases sem sentido, nomes de personagens trocados, gralhas terríveis, sintaxe duvidosa. Consegue ser pior que as edições de bolso da Europa-América. A Gailivro, que publica manuais escolares e tem uma edição tão vasta em literatura infantil e juvenil, devia ter vergonha.

(logo voltarei a este tema noutro dia)

João Campos

sábado, outubro 21, 2006

Momento abrupto

O livro

De manhã, quando passei à frente da loja
o cão ladrou
e só não me atacou com raiva porque a corrente de ferro
o impediu.
Ao fim da tarde,
depois de ler em voz baixa poemas numa cadeira preguiçosa do
jardim
regressei pelo mesmo caminho
e o cão não me ladrou porque estava morto,
e as moscas e o ar já haviam percebido
a diferença entre um cadáver e o sono.
Ensinam-me a piedade e a compaixão
mas que posso fazer se tenho um corpo?
A minha primeira imagem foi pensar em
pontapeá-lo, a ele e às moscas, e gritar:
Venci-te.
Continuei o caminho,
o livro de poesia debaixo do braço.
Só mais tarde pensei ao entrar em casa:
não deve ser bom ter ainda a corrente
de ferro em redor do pescoço
depois de morto.
E ao sentir a minha memória lembrar-se do coração,
esbocei um sorriso, satisfeito.
Esta alegria foi momentânea,
olhei à volta:
tinha perdido o livro de poesia.


Gonçalo M. Tavares
In 1, Lisboa, Relógio d'Água, 2004

João Teago Figueiredo

quarta-feira, outubro 18, 2006

Este blog anda meio-morto. Da minha parte, continuo à espera, não de Godot, mas do Clix. Chupistas!!!

João Campos